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Wednesday, June 20, 2012

Potage crème de petits pois


E a Elizabeth David continua assim: “Those who claim not to be able to taste the difference between frozen and fresh peas will perhaps find it instructive to try this dish. Not that a very excellent soup cannot be made with frozen peas, but when fresh peas are at the height of their season, full grown but still young and sweet, the difference in intensity of flavour and scent is very marked indeed”. Digo-vos que gosto muito deste livro. As receitas são fiáveis, simples e clássicas, não há cá reduções esquisitas nem fusões intercontinentais, é a mais pura da culinária francesa. As dicas são preciosas e interessantes, dão mesmo vontade de seguir, a sério.

Adoraria ter feito o que ela sugere, mas fiquei sem paciência (lá está a paciência a arruinar as coisas aqui no blog) de abrir as cascas e retirar todos aqueles baguinhos verdinhos e rendi-me às ervilhas congeladas! Fica a foto de algumas vagens só para dar um arzinho da sua graça.



Ora, as ervilhas devem ser o “vegetal” (tecnicamente é uma leguminosa mas para simplificar o que quero dizer chamo-lhes vegetal) menos gostado, até mesmo não suportado por muitas pessoas. A minha Tia I. detesta, o meu irmão idem, o m. e outros amigos meus não levam uma ervilha à boca.

Mas uma sopa de ervilhas muda completamente este cenário. Esta sopa é extremamente cremosa e aveludada, algo que se consegue não só pela textura da própria ervilha, que é pastosa e algo farinhenta, mas também por passar toda a sopa após cozinhada por um passador fino.

Experimentem só servir esta sopa a alguém que não goste de ervilhas e não lhe digam nada. No geral nem sequer se vão aperceber ao que sabe e nem sonham que serão ervilhas. Mas vão gostar, comer, e quem sabe até chorar por mais. O que me leva a concluir muito rapidamente e sem mais reflexão que o que as pessoas não gostam não é do sabor das ervilhas mas sim de ver o seu arroz imaculadamente branco salpicado ou os seus ovos escalfados perdidos num mar de bolinhas verdes.



Quanto a esta receita propriamente dita, eu reduzi a quantidade de manteiga drasticamente porque tenho que cuidar do meu colesterol, por muito que a Elizabeth jure que meia chávena bem cheia de manteiga é que era o ideal, e “aportuguesei” a receita com uma mistura de manteiga e azeite.


Creme de ervilhas (receita adaptada do livro French Provincial Cooking)

400gr de ervilhas frescas (ou seja 1 pacote de ervilhas congeladas durante qualquer outro mês sem ser Maio, quando de facto há ervilhas frescas à venda...)
1 coração de uma alface, cortado em tiras finas
1 c.sopa de manteiga
2 c.chá de sal
1 pitada de açúcar
Água qb
1 fio de azeite no final

Num tacho derreta a manteiga e salteie a alface. Junte as ervilhas e os temperos. Deixe cozinhar por 10 minutos com a tampa fechada. Junte a água e deixe cozer as ervilhas até estarem tenras. Triture tudo com a varinha mágica ou no copo triturador. De seguida passe por um passador fino e volte a aquecer no tacho, juntando o fio de azeite e mexendo bem. Ajuste o tempero de necessário. Pode servir a sopa assim ou juntar um pouco de sour cream e folhinhas de hortelã.


Dica Naturopatia by Maria
As ervilhas, tal como as restantes leguminosas, são ricas em fibra, mas sobretudo destacam-se pela riqueza nas vitaminas do grupo B, principalmente a B1, que é essencial para o bom funcionamento do sistema nervoso.
Um dado curioso sobre a ervilha é que é um alimento rico em proteína (interessante para vegetarianos ou pessoas que comem pouca proteína animal), mas este nível proteico varia, dependendo se consumimos as ervilhas frescas (6% ) ou secas (22%). Nota: para assimilar bem a proteína das leguminosas lembrem-se de ingerir na mesma refeição algo de cereal (arroz, pão, massa, etc).


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