Wednesday, July 01, 2009

Estados Unidos – Parte III: Boston e Food Photography

Cerca de um mês antes de ir a Boston resolvi escrever um e-mail à Beatrice Peltre do site La Tartine Gourmande. A verdade é que não confio nos guias de viagem porque acho que nos levam para sítios turísticos e descaracterizados. Assim, decidi que o melhor era perguntar a alguém, com bom gosto e que vive em Boston, quais os sítios que não poderia perder. Quem segue o blog dela sabe como a Bea anda sem muito tempo por causa da bebé e do livro de culinária, e foi com alguma admiração que uns dias depois vi que ela tinha mesmo respondido! As indicações dela foram:

- Charles Street e Beacon Hill
- Charles River
- Cambridge e Harvard Square
- North End (Parte Italiana)
- South End (imensos restaurantes)
- Ipswich (a norte de Boston e perto do mar)

Que amorosa!!!” foi o que pensei quando li o e-mail, ainda emocionada com a resposta e muito grata pela atenção.


Na primeira manhã em Boston, assim que acordei, olhei pela janela do quarto do hotel e infelizmente confirmei que os serviços de meteorologia estavam certos: chovia, e bem! Mesmo assim, decidimos ir até Ipswich.

Estava a chover q.b. e da vila pouco vimos. Tentamos ir até Crane Beach mas, mesmo com chuva, pediram-nos $22 para entrar no parque de estacionamento da praia (obviamente que demos meia volta e voltámos para trás…). No entanto, no caminho parámos na Russel Orchards Farm and Winery.



A particularidade nesta quinta é que pode apanhar fruta e colher vegetais quem quiser. Desde morangos a framboesas e a cerejas, passando por espinafres, tomates e beterrabas. No celeiro há uma loja onde vendem vinhos de várias frutas e cidras, donuts, scones e biscoitos. Também vi lá mel, chás e especiarias. Visitem o site aqui.



Decidimos ir almoçar a Cambridge. Tinha falado ao N. que não podíamos acabar as férias sem comer umas ribs. Eu só conheço as ribs do Tony Roma’s. Mas a fome era muita e a paciência de procurar um Tony Roma’s era pouca por isso achámos que o East Coast Grill and Raw Bar era uma óptima opção.



Depois, fomos dar uma voltinha ao campus de Harvard e a Harvard Square, tal qual as indicações da Bea. E ao final do dia ainda conseguimos passear pela Charles Street e por Beacon Hill!



E adivinhem onde é que fomos jantar? A um restaurante em South End, claro. Efectivamente, esta zona está apinhada de restaurantes, é um, porta sim, porta não! Novamente o apetite não nos deixou muito tempo à procura. O Metropolis foi uma óptima escolha. Apenas “desapontou” no preço da água com gás e da cerveja, ambas quase tão caras como os pratos.

Chegou o dia da Masterclass. Decorreu no estúdio da fotógrafa Francine Zaslow, na zona portuária de Boston. E tal como eu esperava, os meus colegas eram quase todos fotógrafos, se bem que também havia alguns food stylists, directores artísticos e Chef’s. Foi uma óptima experiência. Conheci a Aran do blog Canelle et Vanille! E a Lara do Still Life With também lá estava apesar de eu não a ter reconhecido.


A masterclass abordou um trabalho fictício de um folheto para um cliente que comercializava azeite e a ideia era fazer o mesmo trabalho em duas condições distintas: usando apenas luz natural e usando só projectores. Havia dois Chef’s na cozinha e uma ajudante. Os pratos eram preparados ali mesmo, em tempo real, enquanto as fotógrafas iam preparando os cenários e o material. Aprendi imensas dicas práticas principalmente ao nível do trabalho com luz natural. Assisti também às principais dificuldades que os profissionais nesta área se defrontam. Desde a azeitona que não está onde devia estar, à espessura das fatias de tomate, ao sentido da inclinação das mesmas sobre a fatia de pão, à alteração da disposição dos ingredientes no prato de modo a obter uma imagem mais harmoniosa, tudo era pensado e testado pelo menos 3 ou 4 vezes.




Também observei de perto como as duas fotógrafas trabalham: a Francine é mais perfeccionista e meticulosa, sem deixar de ser artística. A Deborah é mais realista, prática e muito experimental. Era a Deborah que fazia as fotos com luz natural e foi com ela que mais aprendi.


No último dia em Boston ainda conseguimos dar uma corridinha ao longo do Charles River e um passeio por outro Farmer’s Market.

Deixámos Boston nessa tarde e já só tinhamos 2 dias de férias...

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2 comments:

  1. Aiiiiii que inveja...queria tanto ter ido!!!!
    Sou assidua do blog da Beatrice Peltre (mami da petit Lulu).
    Farei tudo para daqui a 2 anos ir.
    Vale a pena, não?
    Nao podes contar uns truquezitos?
    Parabens pelo blog e pela descriçao desta viagem, que era adictiva :)
    Esperava mais detalhes da conferencia (embora ja tenha visto algumas coisitas no Still Life With) :)
    Besos
    Rita

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  2. Infelizmente só assisti mesmo à masterclass e não à conferência toda. E da masterclass, o melhor conselho que recebi foi: EXPERIMENTAR. Não há "a receita" certa, só temos que ser originais. Seja no ângulo da máquina, no tipo de fundo ou no tipo da base, na utlização da luz natural, filtrando, escurecendo, ou criando sombras. Os truques eram essencialmente para quem já exerce esta profissão, dicas para lidar com clientes, dicas para certos tipos de trabalho (ex: numa sessão de fotografias a caixas de cereais o ideal é registar tudo - abertura, exposição, tipo de mesa, lente, etc - pois o mais provável é o cliente pedir a mesma foto para todas as caixas de cereais). De certo modo, a mim o que me interessou mais foi mesmo vê-las a trabalhar, foi ver o ambiente desta profissão. Mas à medida que for experimentando, vou deixando alguns exemplos por aqui!

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